segunda-feira, 29 de julho de 2019

dia a dia de uma yalorixá

É uma luta e um esforço constante, quiçá uma arte, a atividade de cuidar. cuidar em dois sentidos: primeiro de si: saber nossos limites e nos perguntarmos até onde eu podemos ir, feito quem está doente e se pergunta se pode tomar uma chuva ou fazer um exercício. cuidar de si e reconhecer as próprias limitações e saber que num dia se pode menos, no outro se pode mais! e segundo, cuidar do outro. cuidar do outro é saber que o outro também tem limites, que talvez o limite máximo do outro seja muito pouco perto do nosso. que a própria capacidade de cuidar (que deve ser recíproca, já que a pessoa que é cuidada deve também cuidar do cuidador!) também é diferente. ou seja, talvez achemos que o outro não está se importando conosco, mas talvez ele esteja no limite da possibilidade que tem de cuidar das pessoas e precise de mais cuidado do que a gente imagina... cuidar no fim das contas é saber que ninguém está pronto 100% pra me ajudar e nem eu estou 100% pra ajudar o outro. mas isso tudo só flui com uma certa harmonia se houver diálogo! precisamos saber dizer "olha, hoje não consigo te ajudar". ou "hoje, não to podendo te ouvir". porque só existe diálogo se existir um que se sente bem pra falar e outro que se sente bem pra ouvir! é difícil mesmo. é um esforço constante. nem sempre se está com paciência, com ternura no coração. e tudo bem! só não pode viver assim, fechado. porque aí sim o ciclo do cuidado se fecha. e esse ciclo precisa estar sempre aberto. porque cuidar do outro e cuidar de si são duas faces de uma mesma moeda

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